domingo, setembro 17, 2006


A qualidade de ser... consumista

Há tempos que comprar a roupa da moda ou o carro mais sofisticado tem sido mais importante que a paz interior. A busca pela felicidade não tem mais nada a ver com satisfação espiritual e interior ou no relacionamento com o outro.
Comprar, ter, desejar, necessitar (no sentido pejorativo da palavra), consumir. Estas são palavras habituais do vocabulário da maioria das pessoas no mundo de hoje.
O consumismo descontrolado é tão crescente que por muitas vezes é difícil discernir entre o que se quer por comodidade (ou até exibicionismo) do que é realmente necessário.
E onde foram parar os valores ético-espirituais de cada indivíduo? Ficaram na última loja pela qual passaram.
Às vezes a culpa maior pode não ser das pessoas, mas do modo como são manipuladas pelo mundo do comércio, cujo lema é "vender, vender e vender".
Propagandas sedutoras, produtos irresistíveis. Você não precisa deles, mas "tem" que tê-los.
Tudo isso é resultado de uma ética capitalista de alienação e supervalorização do consumismo, de uma passividade cúmplice da população, dos anos da formação de mentes para tal consumismo. E o pior: quem pensa diferente é marginalizado, excluído. Vivemos num mundo em que reina a mentira, o dinheiro, a hipocrisia e principalmente a demagogia. Até mesmo a religião virou negócio; basta ver os templos abertos em cada esquina, a cobrança de dízimos que não se sabe para onde vão.
A moral foi massacrada, a fé abalada, a verdade distorcida e a importância do "ser", esquecida. Basta-nos agora ir à loja mais próxima e dar continuidade ao legado da futilidade ou então ser a minoria que faz a diferença (e esta sim merece reverência).