sábado, janeiro 23, 2010

This is my future. This is me.

Estava vendo Everwood e este é um seriado que eu admiro muito e já vi mais de uma vez. De certo modo, ele acompanhou momentos bem turbulentos de minha vida, momentos de rebeldia onde uma história dramática de uma família desestruturada se muda pra uma pequena cidade e muita coisa muda, tanto nas pessoas, como no ambiente. É interessante e profundo, há momentos de raiva, de amor, de decepção, tristeza, momentos de reflexão. É um seriado que mexe muito também com pessoas com dons especiais e únicos e sabemos que cada um de nós tem um.
E é sobre isso, sobre o dom, o talento nato, aquilo que, para muitos, pode ser complexo, mas para aqueles que o possuem, é algo que simplesmente acontece.
Talvez nem todos tenham um dom, pode ser verdade, e é justamente por isso que aqueles que tem devem dar ainda mais valor. Confesso que, por muito tempo, eu ignorei o meu. Não digo ignorar de não notar, mas simplesmente não aprimorar, não fazer melhor uso dele. E é algo que desde pequeno se tornava evidente, todos os professores notavam, minha mãe notava e eu, por muitas vezes, a enganava. Enquanto ela achava que eu o aprimorava, eu o deixava apenas existir.
Conheci, recentemente, um garoto que tem um dom, um talento. E talvez ele esteja certo, esse dom/talento não é algo que escolhemos, é algo que está ali e não podemos evitar. Ele não escolheu aprimorar e seguir seu dom, esse dom o fez agir assim, o fez não ter por onde escapar. E hoje eu vejo que não é diferente em mim. Certas coisas não se esvaem... Cada um tem um dom, para alguns é arte, outros a música, há ainda aqueles que detém as palavras, o conhecimento, não importa qual seja, ele está ali pra você e tudo o que deve fazer é se entregar, é deixar que ele flua por você, que te domine, que te leve além...
Pois bem, eu tenho esse dom, essa coisa que me persegue onde quer que eu vá, que, por vezes, não me deixa escapar. Se realmente é isso, se não posso fugir, ignorar, fazer sumir, só me resta aprimorar, fazer o melhor uso disso, dar tudo de mim pra que esse detalhe da minha vida a faça mais agradável, que me ajude a crescer.
É incrível ver nos outros o que você mesmo é capaz de fazer. E mais interessante ainda é como algo tão banal e que, nem sempre, tem a ver com você o faz despertar. Por mais inseguro que às vezes eu possa parecer, eu sei da minha real capacidade. Sei que, graças a esse detalhe que me faz diferente, eu consigo ser muito mais e em busca disso que devo ir.
Tenhos planos, alguns simples, outros bem audaciosos, mas independente disso, eu posso alcançá-los ou chegar bem perto disso, tudo que preciso é ser eu mesmo, é mostrar ao mundo o meu melhor, é mostrar que me orgulho disso e que posso fazer mais do que o que eu simplesmente achei que podia.
Então chega de ignorar o inevitável, de deixar de lado o que pode me fazer tão bem, chega de usar isso apenas quando for conveniente. Falta disciplina, mas não importa, eu sei que posso, pois assim eu decidi que seria e será.

sábado, janeiro 09, 2010


Bom, há quase uma semana atrás eu retornei do Rio e me dei conta de que seria interessante colocar aqui como foi a viagem. Não só pra expor minha ida ao Rio, como também falar um pouco da cidade que é tão marginalizada.

Eu, particularmente, como qualquer outro paulista, tinha grandes preconceitos com relação ao Rio devido à mídia que faz a caveira da cidade devido aos traficantes e a violência. Essa não é a primeira vez que vou ao Rio, a primeira foi em maio de 2007. Tudo bem que passei apenas um fim de semana e o máximo que conheci foi um barzinho do subúrbio carioca e o Jardim Botânico (lugar maravilhoso que recomendo). Embora tenham sido apenas dois dias e meio, adorei a cidade e desde então fiquei na promessa de retornar e rever meus amigos cariocas.

Pois bem, passou 2008, chegou 2009 e perto de seu fim surgiu um convite pro ano novo no Rio. Tudo bem que o plano inicial não teve êxito algum, mas depois de um ano corrido, atarefado e turbulento, poder descansar e estar num lugar diferente e agradável me fez muito bem.

Revi amigos cariocas que só vejo mesmo indo pra lá. Fiquei na casa de uma amiga que vira e mexe está por aqui, conheci seu namorado, o que me rendeu longas conversas até 3h da manhã, quase todos os dias. Difícil eu gostar de alguém assim de cara.

Bom, dessa vez fui ao Rio pra passar uma semana. Mais especificamente do dia 28 de dezembro ao dia 3 de janeiro. Cheguei embaixo de chuva e demorei duas horas a mais pra chegar devido ao trânsito. Tudo bem, férias. Os dois dias seguintes foram de chuva também, mas isso não me impediu de sair. Dia 29 eu estava rumando da zona norte (onde minha amiga mora) para a zona sul. Uma verdadeira aventura de moto a qual eu pensei que nunca ia acabar. Acabada a tensão, cheguei ao Botafogo Praia Shopping (dica: shoppings são sempre shoppings, aqui em SP ou lá). Acho que essa foi a melhor parte da viagem, uma virada no rumo das coisas. Encontrei um, até então, affair de internet. Me lembro perfeitamente da cena, ele ali encostado num dos pilares, tomando seu sorvete e com uma sacola amarela da Flip. Ah sim, de óculos escuros. Tão ingênuo e lindo e um tanto quanto distraído, só percebeu minha chegada quando eu estava a poucos cm de distância, sorrindo.

Dali rumamos pra um cinema alguns números a frente, o Artplex. Lugar bem interessante, um café, uma livraria. (Detalhe importante, nesse lugar, a praia ficava logo a frente. Não sou grande apreciador de praia, mas confesso que é uma vista interessante). Ele escolheu o filme e o local Nota mental: escolher o filme e o lugar da próxima vez!), ficamos um tempo na livraria. Apesar de eu ter trabalhado um ano inteiro em uma, uma livraria sempre me encanta e é bom estar com alguém com quem compartilhar essa paixão, ainda que os gostos sejam um pouco diferentes.

Enfim fomos para a sala do filme e bem... agora entendam porque não vou mais deixá-lo escolher o filme ou o local. O filme era "Sempre ao seu Lado", aquele do cachorrinho, com o Richard Gere. Não é um filme muito bem elaborado, mas a história é tocante. Enfim, sentamos entra uma "senhora" e um bando de menininhas de no máximo 11 anos. Mal começou o filme e já estávamos nos beijando, coisa que não deve ter agradado a velhinha. (Tentamos suborná-la com chocolate e ela ficou quieta o resto do filme! Ah sim, antes ela puxou assunto com a gente... enfim!) Foi engraçado, pois naquele momento, durante o filme, eu tive consciência que ele não era um simples "affair de internet" e nem podia ser. Eu realmente estava interessado e tê-lo ali, tão junto a mim, abraçados, cheios de carinhos e palavras de afeto me fez ver o quão aquele garoto é especial. Aquele momento mudou minha viagem e não só ela.

Pegamos chuva quente (sim, no Rio a chuva é quente!) enquanto andávamos até o apartamento dele, realmente muito perto de onde estávamos. Aí o resto aconteceu muito rápido, conheci a mãe, o irmão mais novo, a gata, o pai. Me senti "o noivo". A família dele é bem receptiva, ainda que não saibam que estávamos "juntos". Enfim, permaneci por mais de uma hora lá e foram ótimos momentos.

O ano novo foi simplesmente engraçado. Diferentemente do plano inicial, não fui pra Copacabana. Fiquei no apartamento com minha amiga, uns amigos dela, uma amiga em comum, enfim, foi diferente do que eu esperava, mas foi ótimo. Rimos, conversamos, vimos vídeos engraçados, comemos absurdamente, bebemos.

Sábado, dia 2, marquei com alguns amigos de irmos pro CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no fim só um pôde ir, mas tudo bem. Conheci o centro do Rio, que me lembra um pouco o centro velho de São Paulo, com um ar de centro de cidade litorânea. Tirei várias fotos, andei bastante e nesse meio tempo resolvemos pegar uma balsa pra Niterói pra comer. Pois é, o centro do Rio não tem muitos estabelecimentos abertos depois das 14h. Foi interessante, nunca tinha andado de balsa, nunca tinha ido a Niterói. Mais fotos, mais passeios inesperados. Aproveitei que estava num shopping e comprei o presente de aniversário do meu garoto. Foi bem difícil, eu não sou bom em escolher presentes. No fim, comprei uma tartaruga daquele material que é pra descansar a cabeça, não de pelúcia. Comprei também no intuito de colocar meu perfume nela, pois ela serve pra isso também. Liguei pra ele pra informar que ia na sua festa de aniversário e ele ainda não tinha voltado de viagem (nesse momento conheci seu irmão mais velho por telefone). Sua mãe, muito gentil, disse pro seu irmão passar o telefone de onde ele estava e foi assim que conhece a adorável avó dele por telefone. Incrível como eu pude "ver" o sorriso dele quando disse que "talvez" fosse em seu aniversário. Claro que o talvez foi só pra dar um ar de falso desinteresse, pra provocar e gerar dúvida, mas eu já estava certo que ia.

Esse dia foi bem cansativo. Cheguei na casa da minha amiga, fiz o pacote do presente, escrevi no cartão (que comprei na Livraria da Travessa, tão conhecida!).

No domingo, dia 3, fui almoçar na casa da avó da minha amiga. Voltamos pra casa dela, me arrumei e fui pra festa. Peguei trem e metrô e vejam só... já sei andar sozinho no Rio! Desci na estação de metrô e estava na rua onde seria a festa. Realmente não foi difícil.

Cheguei, encontrei o irmão mais novo que, por algum motivo, gostou mesmo de mim. Entrei no salão e logo a mãe dele veio me cumprimentar, outra pessoa que gostou de mim e que eu também adorei. Ele veio me cumprimentar e que abraço...

Bom, não cabe detalhar como foi a festa ou nossas escapadas... mas sim dizer que acertei no presente. Arrisco dizer que foi o que ele mais gostou, pois não o largou mais e o ficava cheirando o tempo todo, sentindo meu perfume nele. Valeu a pena ter ido, eu o vi feliz, o vi sorrir e tive a oportunidade de vê-lo uma vez mais antes de voltar pra São Paulo.

Voltei somente dia 4, pois não tinha mais passagens para o dia 3 ou 2, isso que eu procurei comprar no dia 29! Voltei pra São Paulo no ônibus das 6:30 da manhã. Voltei querendo ficar, certeza. Voltando novamente à ideia principal desse post, eu adorei o Rio, dessa vez aproveitei mais, conheci mais, tive uma visão melhor da cidade. Cariocas são interessantes, sorridentes, carismáticos, a cidade não é um total caos nem uma Faixa de Gaza. Lógico que, como toda cidade grande, há perigos, mas eu não vi nada demais. É um lugar agradável para se passar as férias, pra passear, conhecer, descobrir. Voltei ainda mais encantado com essa cidade e entendo porque tanta gente adora.

Se pudesse, teria ficado todo o mês lá, não só pela cidade, mas para estar mais perto desse garoto que me encantou tanto. Mas sem problemas, é apenas mais uma "desculpa" pra que eu retorne mais e mais vezes a essa cidade e, quem sabe, descubra mais coisas sobre ela.

Pra finalizar esse post, uma música da Adriana Calcanhotto (cantora que admiro desde meus 16 anos ou menos) que complementa meu fascínio por esses dois fatores determinantes dessa semana no Rio: a cidade e o carioca.



Cariocas

Cariocas são bonitos
Cariocas são bacanas
Cariocas são sacanas
Cariocas são dourados
Cariocas são modernos
Cariocas são espertos
Cariocas são diretos
Cariocas não gostam
De dias nublados



Cariocas nascem bambas
Cariocas nascem craques
Cariocas tem sotaque
Cariocas são alegres
Cariocas são atentos
Cariocas são tão sexys
Cariocas são tão claros
Cariocas não gostam
De sinal fechado