terça-feira, julho 18, 2006

Chuva e algumas lágrimas


Sinto vontade de chuva. Sim, por que não?! Vontade de ficar a noite toda sentindo cada gota cair sobre mim, descendo pelo meu rosto, grudando a roupa ao meu corpo, me entorpecendo, me fazendo sonhar, divagar, talvez até espirrar. Quem se importa?
Queria chorar, não de tristeza, sei lá. É estranho às vezes, são vontades que vêm do nada.
Me sinto tão só esta noite, sinto aquele cheiro inconfundível de corpo seu em meu travesseiro e até mesmo em meu corpo. Sinto você queimando dentro de mim, explodindo em meu peito, como naquela tarde onde sua carne queimava dentro e fora de mim, me fazendo transpirar e chamar por seu nome.
E aí, sinto vontade de correr, de fugir, isso tudo me assusta, esse sentimento, esses sonhos, esses desejos, seus toques, suas palavras, você. Ao mesmo tempo eu quero ficar, tenho medo de tudo desaparecer, como em mais um conto de fadas sem final feliz, tão comum em minha vida. E eu fico, o medo vai, volta, rodeia. Você sempre me acalma, mas às vezes me faz temer, não sei, talvez seja eu.
Monstros de sonhos passados voltam cada vez que alguém está ao meu lado, mas nenhum esteve tão perto quanto você, embora ainda distante. Sinto sua falta, mas me lembro que está aqui comigo, dentro de mim, nos cômodos da minha casa, na minha cama, na água do chuveiro que cai sobre minha pele. Me perco em devaneios e desejo sentir seu corpo junto ao meu, seu lábios macios me roubando o ar.
Ah se eu pudesse, num simples fechar e abrir de olhos, estar aí, nem que fosse para vê-lo dormir, com aquele seu ar sereno, respirando tranqüilamente, sonhando... Ah como é lindo poder te apreciar no momento onde você é tão frágil e infantil.
Passo horas tentando imaginar modos e palavras de demonstrar o quanto te amo e o quanto te quero perto, mas fico simplesmente sem palavras e sinto vontade de chorar, chorar por não conseguir te mostrar isso. É infantil, eu sei! Mas o que posso fazer se eu fico assim quando não sei como dizer o que eu sinto! É tão mais fácil quando estamos juntos, eu simplesmente me entrego e sei que você pode sentir o que quero te passar, mas assim longe, eu fico perdido.
Ouço as músicas tocarem repetidas vezes e as letras se mesclam na minha cabeça e cada uma me faz lembrar de você, de um momento. Sinto meu chão ruir e não queria estar assim, você não merece isso. Queria estar todo feliz agora, pois você me traz felicidade, mas eu tenho medo e esse medo ainda é grande, embora você tenha feito com que diminuísse. Ah como eu queria poder sorrir agora e dizer “está tudo bem!”, mas não posso.
E do nada quero correr na chuva (porque quando triste eu gosto da chuva), e brincar, pular, sorrir, chorar, cantar, dançar até cair e ficar deitado no chão molhado e frio, sentindo as gotas finas da chuva cortando minha pele, como agulhas congelantes.
Quando triste eu gosto de escrever, mesmo sem saber porque estou triste, apenas estou e queria entender. Se você estivesse aqui eu conversaria com você e você me entenderia.
Não quero chorar, mas as lágrimas parecem não querer permanecer dentro dos meus olhos e eu sei, que se chorar, vai doer. Porque sempre dói.
Eu tenho medo do que me falam, e isso também dói! Eu não queria ser assim, tão fraco, não mesmo. Queria ser melhor, porque você merece o melhor, mas ainda não sei lidar com isso.
Há coisas que tenho que fazer sozinho, como isso, mas não sei como. Queria ser mais racional, até mais frio, mas é difícil.
Quando amo perco a razão, não penso, apenas faço. Ainda sou impulsivo e isso não é bom, queria sumir, nem que fosse só até isso passar, sabe? Deixar de existir por um momento. Seria realmente bom.
Mas no fim não faço nada, fecho pastas do computador, finalizo um texto ridículo e sentimental, me escondo embaixo do cobertor e choro sem motivo algum.

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Bla, bla, bla... só mais um texto medíocre, feito num momento de carência, por alguém sem ter o que fazer e que deveria ir dormir ao invés de publicar algo tão piegas assim! Foi mais um desabafo mesmo...
imagem retirada do site de busca www.google.com

segunda-feira, julho 17, 2006



Mudanças


Sabe quando tudo parece errado, nada dá certo, tudo o que você faz e/ou pensa dá errado, você quer mudar, tenta mudar, mas nada te motiva a isso. Pois é, isso é muito comum! Pessoas erram, isso é normal, mas fica chato quando insistem nos erros e não fazem nada para consertar. Pior ainda quando têm consciência de que devem mudar.
Mudar é difícil, mas como me disseram sábado "só você pode mudar você" (ou mais ou menos isso, pois me ligo mais na essência do que me disseram do que nas palavras exatas). Eu concordo com isso, cada um de nós (e apenas nós mesmos) temos o poder de mudar algo dentro de nosso ser que em tantos momentos está em conflito, mas isso não acontece de uma hora para a outra e raramente se dá pela simples força de vontade (e admirados sejam os que conseguem).
Mas mudar pode se tornar a coisa mais fácil do mundo quando se tem uma inspiração, uma motivação, algo que realmente dê o impulso que faltava para "a grande mudança" e, lembrando, que seja uma mudança para melhor, pois de nada adianta mudar e se tornar uma pessoa pior do que era antes, afinal isso é regressão e creio que todo ser humanos esteja aqui para evoluir e se tornar cada vez melhor.
Mudanças podem ser até desagradáveis, mas quando se é para melhor, todos a sua volta percebem a diferença e até gostam do resultado. Mas também é errado mudar por alguém, se alguém gostar realmente de você, será por tudo o que você é, independente de seus defeitos. Pessoas podem ser o impulso para a mudança, mas a mudança deve partir de você, do que você anseia e quer mudar em si mesmo. Mudar por outra pessoa faz com se deixe de ser você mesmo e isso nunca é bom. Bom mesmo é ser você mesmo, é mudar coisas que não te agradam, tentar ser mais compreensível, aceitar os defeitos (seus e dos outros), saber dar valor às qualidades, aos pequenos momentos de nossas vidas que nunca mais se repetirão, pois um momento nunca é igual ao outro. Como disse uma professora minha certa vez, por mais que você repita o ato, o momento já se foi, um segundo nunca é igual ao outro, por isso devemos aproveitar todos os momentos e vivê-los com intensidade, esse é o princípio do carpe diem. Até mesmo os momentos tristes devem ser aproveitados e sentidos com toda a intensidade no momento em que ocorrem, pois assim ele se esvai de uma só vez e não se torna aquela erva daninha que corrói a alma e congela o coração. Essas são lições que se aprende apenas depois de errar, mas erros não são ruins, pense quão chato seria se tudo fosse certo e fácil, viver não teria sentido e seria um tédio. Cair é ruim, mas o bom é levantar depois de um grande tombo e dizer para si mesmo "eu consegui".
É preciso aprender a não levar tudo tão a sério, a lutar pelo que se quer e não desistir quando a vida não andar do jeito que se queria. Todas essas lições são árduas e muitos não aceitam o fato de que para chegarem a um estado de plena satisfação (e até felicidade) é preciso passar por eles, sofrer, chorar, se machucar. Me disseram uma vez que todos que alcançaram a felicidade plena já sofreram muito e eu começo a acreditar nisso, não só por eles, mas por mim mesmo. Antes, eu mesmo pensava que mudar era realmente um "bicho-de-sete-cabeças" e descobri que não é... Talvez seja um de oito, nove ou dez! Ou de nenhuma, depende de como você encara a vida e de como você resolve os problemas. Depende de quão a sério você leva tudo que acontece com você. Ser sério é bom, mas há momentos em que uma gostosa risada cai muito bem. O importante é saber equilibrar o todo, não ser extremos, apenas quando a situação exige. Ser flexível ajuda a mudar, ajuda a aceitar mudanças e a pensar nelas com mais freqüência e aí sim, você percebe que mudar pode ser mais fácil do que se pensava.
Já vi muitos dizendo que iam mudar e até mudaram, mas nada que durasse por mais de uma semana. E eu me pergunto, qual a finalidade disso então? Se é pra mudar, que mude, mas não volte atrás. Insegurança, com toda certeza isso atrapalha, mas é só mais um obstáculo que devemos aprender a superar e certamente pode ser o mais difícil deles.
Quando todos os medos começam a ser superados, metade da mudança está feita, basta agora ser mais livre, mais aberto a opiniões, mais compreensível, mais racional. É preciso também saber manter as mudanças, e que estas não sejam tão drásticas. Lembre-se, nada ao extremo é bom, nem mesmo o amor. Tudo que é levado ao extremo corre sério risco de se tornar doentio, por isso saber medir tudo o que se faz do modo mais racional possível é tão importante quanto mudar o que se precisa.Talvez esse texto nem tenha ficado tão bom quanto eu queria e nem tenha expressado exatamente o que eu penso, vivo e sinto, mas acho que é o bastante para inspirar o desejo de mudança em algumas pessoas ou apenas fazer com que outros reflitam. Eu mesmo venho mudando muito e meus textos mostram isso também, digamos que sejam menos medíocres do que há um tempo atrás, mas muito filosóficos em certos aspectos. E usar de metalinguagem pode ser um modo de tentar avaliá-los de um modo mais profundo.


Texto escrito ao som de Aimee Mann, inspirado por Fernando, Carla e Fabiana.

imagem retirada do site de busca www.google.com