Queria chorar, não de tristeza, sei lá. É estranho às vezes, são vontades que vêm do nada.
Me sinto tão só esta noite, sinto aquele cheiro inconfundível de corpo seu em meu travesseiro e até mesmo em meu corpo. Sinto você queimando dentro de mim, explodindo em meu peito, como naquela tarde onde sua carne queimava dentro e fora de mim, me fazendo transpirar e chamar por seu nome.
E aí, sinto vontade de correr, de fugir, isso tudo me assusta, esse sentimento, esses sonhos, esses desejos, seus toques, suas palavras, você. Ao mesmo tempo eu quero ficar, tenho medo de tudo desaparecer, como em mais um conto de fadas sem final feliz, tão comum em minha vida. E eu fico, o medo vai, volta, rodeia. Você sempre me acalma, mas às vezes me faz temer, não sei, talvez seja eu.
Monstros de sonhos passados voltam cada vez que alguém está ao meu lado, mas nenhum esteve tão perto quanto você, embora ainda distante. Sinto sua falta, mas me lembro que está aqui comigo, dentro de mim, nos cômodos da minha casa, na minha cama, na água do chuveiro que cai sobre minha pele. Me perco em devaneios e desejo sentir seu corpo junto ao meu, seu lábios macios me roubando o ar.
Ah se eu pudesse, num simples fechar e abrir de olhos, estar aí, nem que fosse para vê-lo dormir, com aquele seu ar sereno, respirando tranqüilamente, sonhando... Ah como é lindo poder te apreciar no momento onde você é tão frágil e infantil.
Passo horas tentando imaginar modos e palavras de demonstrar o quanto te amo e o quanto te quero perto, mas fico simplesmente sem palavras e sinto vontade de chorar, chorar por não conseguir te mostrar isso. É infantil, eu sei! Mas o que posso fazer se eu fico assim quando não sei como dizer o que eu sinto! É tão mais fácil quando estamos juntos, eu simplesmente me entrego e sei que você pode sentir o que quero te passar, mas assim longe, eu fico perdido.
Ouço as músicas tocarem repetidas vezes e as letras se mesclam na minha cabeça e cada uma me faz lembrar de você, de um momento. Sinto meu chão ruir e não queria estar assim, você não merece isso. Queria estar todo feliz agora, pois você me traz felicidade, mas eu tenho medo e esse medo ainda é grande, embora você tenha feito com que diminuísse. Ah como eu queria poder sorrir agora e dizer “está tudo bem!”, mas não posso.
E do nada quero correr na chuva (porque quando triste eu gosto da chuva), e brincar, pular, sorrir, chorar, cantar, dançar até cair e ficar deitado no chão molhado e frio, sentindo as gotas finas da chuva cortando minha pele, como agulhas congelantes.
Quando triste eu gosto de escrever, mesmo sem saber porque estou triste, apenas estou e queria entender. Se você estivesse aqui eu conversaria com você e você me entenderia.
Não quero chorar, mas as lágrimas parecem não querer permanecer dentro dos meus olhos e eu sei, que se chorar, vai doer. Porque sempre dói.
Eu tenho medo do que me falam, e isso também dói! Eu não queria ser assim, tão fraco, não mesmo. Queria ser melhor, porque você merece o melhor, mas ainda não sei lidar com isso.
Há coisas que tenho que fazer sozinho, como isso, mas não sei como. Queria ser mais racional, até mais frio, mas é difícil.
Quando amo perco a razão, não penso, apenas faço. Ainda sou impulsivo e isso não é bom, queria sumir, nem que fosse só até isso passar, sabe? Deixar de existir por um momento. Seria realmente bom.
Mas no fim não faço nada, fecho pastas do computador, finalizo um texto ridículo e sentimental, me escondo embaixo do cobertor e choro sem motivo algum.
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Bla, bla, bla... só mais um texto medíocre, feito num momento de carência, por alguém sem ter o que fazer e que deveria ir dormir ao invés de publicar algo tão piegas assim! Foi mais um desabafo mesmo...